5 de março de 2014

Consumo de cocaína dobra no Brasil nos últimos dez anos, diz ONU


O Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou nesta terça-feira (4) que o consumo de cocaína no Brasil mais que dobrou nos últimos dez anos, e é quatro vezes maior do que a média mundial.

De acordo com os dados, em 2005, o consumo de cocaína no Brasil era de 0,7% da população de 12 a 65 anos. Em 2011, a taxa era de 1,75%. A média mundial é de 0,4% da população. O Brasil também supera a média da América do Sul, que é de 1,3% , e da América do Norte, com 1,5%.

O conselho ainda aponta que o Brasil, além de ter se consolidado como rota de cocaína entre os Andes e a Europa, passou a ser um mercado em potencial. As maiores apreensões registradas em 2012 de cocaína no país foram de carregamentos da Bolívia, Peru e Colômbia.

O relatório ainda demonstra que o Brasil apreendeu em 2012 um volume recorde de 339 mil tabletes de ecstasy, cerca de 70 quilos. A média dos últimos dez anos aponta que as apreensões são de menos de 1 quilo por ano. Em 2012, houve ainda 10 mil unidades de anfetamina retidas, além de 65 mil unidades de alucinógenos, o maior volume desde 2007. O centro da produção de heroína no mundo continua sendo o Afeganistão, onde o cultivo bateu recordes em 2013 – 39% acima da área de 2012.

A ONU constatou uma queda no cultivo da coca na América do Sul em 2012, com 133 mil hectares plantados, sendo 13% menos do que em 2011. O Peru é líder em cultivo, seguido da Colômbia e Bolívia. As Nações Unidas sugere no relatório que houve um aumento na produção de maconha na América do Sul nos últimos anos. No Brasil, a apreensão de maconha teve uma forte queda entre 2011 e 2012, saindo de 174 toneladas para 11,2 toneladas. Além disso, 21,7 hectares de cultivo foram erradicados no ano.

A maconha, segundo o estudo, continua sendo a droga mais consumida na América do Sul, por cerca de 14 milhões de pessoas. O número é 4,5 vezes o total dos usuários de cocaína. A ONU se diz preocupada com leis que regularizam o consumo da droga. "O Conselho nota com preocupação a baixa percepção de risco diante do consumo da maconha entre a população jovem em alguns países sul-americanos", indica, apontando para estudos que mostram que 60% dos jovens no Uruguai consideram o risco do uso baixo.

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