O ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, afirmou em depoimento de delação premiada firmado com o Ministério Público (MPF), que o Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu entre 150 milhões e 200 milhões de dólares em propina de 90 contratos firmados pela estatal, no período de 2003 a 2013.
O depoimento, concedido em 20 de novembro, foi divulgado nesta quinta-feira (05/02) pela Polícia Federal, após ordem judicial que retirou o sigilo das investigações da nona fase da Operação Lava Jato. Barusco afirmou que ao menos 50 milhões de dólares passaram pelas mãos do atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que, segundo o delator, teria ficado com 4,5 milhões de dólares. Para estimar a quantia, o delator se baseou no valor que ele próprio recebeu: 50 milhões de dólares.
Ainda de acordo com a delação, o ex-gerente disse que os pagamentos de propinas eram feitos diretamente a Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, além de Vaccari Neto.
Ainda de acordo com Barusco, também era cobrada propina dos contratos que envolviam a Diretoria de Gás e Energia, que teve Graça Foster como um dos diretores. É a primeira vez que uma denúncia não está relacionada às diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional, alvos da Operação Lava-Jato, até então.
Durante o depoimento, Barusco entregou à força-tarefa da Lava Jato uma série de documentos que, segundo ele, comprovam os pagamentos realizados pelos estaleiros para contas bancárias localizadas na Suíça e sob controle de diversos operadores do esquema, incluindo Renato Duque, ex-diretor de Serviços indicado pelo PT.
Em nota oficial, a assessoria de imprensa do PT refutou as declarações de Barusco e reiterou que "o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras [...] seguem a mesma linha de outras feitas em processos de "delação premiada" e que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito.
Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT".
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