Participar da administração
municipal é dever de todo cidadão, e por esse motivo se faz necessário um
aprofundamento desse tema nas reuniões de associações, sindicatos, igrejas e
demais entidades. É notório que ao ficarmos alheios as decisões do poder
público sem impor nossas opiniões, sugestões e críticas, nos tornamos reféns de
um futuro incerto.
Os ausentes nunca têm razão. - Philippe Destouches
A ausência popular nos
espaços de discussões e decisões maximiza nossa responsabilidade sobre todos os
efeitos da corrupção. Não podemos apontar para os políticos e acusá-los de
corruptos enquanto estamos usando as mãos para tapar nossos olhos, ouvidos
e boca. A nossa omissão e passividade contribui diretamente para o caos que o
país enfrenta hoje.
A política é essencial à
vida. É por ela que todas as relações se dão. É pela política que se define a
estrutura social, o regime de um país, a economia, as relações de poder e tudo
mais. Nos meandros da política se define o preço do gás, da comida, da energia,
da água que consumimos, etc. Estar indiferente a toda essa discussão é no
mínimo, ser irresponsável consigo e com os demais.
A vivência comunitária impõe
o debate político como ordem social. Todo cidadão tem direitos e deveres na
comunidade onde está inserido. Até mesmo o ato de quem bate no peito e diz
orgulhosamente que ‘odeia a política’ é um ato político. Essa pessoa têm os
mesmos direitos e deveres que todas as outras. O único problema é que ela ainda
não entendeu que essa revolta burra não diminui sua miséria e nem aumenta sua
riqueza.
São Tomás de Aquino afirmava:
“A política é a arte de formar homens e administrar visando o bem comum.” O
filósofo Platão, que foi professor de Aristóteles, destacava: “Não há nada de
errado com quem não gosta de política. Simplesmente serão governados por
aqueles que gostam.” Eis o problema: e se quem gosta de política for mau
caráter e corrupto?
Até mesmo nas comunidades
animais existem ordens e hierarquias estabelecidas. Observando as formigas,
percebemos que trabalham juntas para toda comunidade e são divididas por grupos
de trabalho. Sem leis, constituição ou regimento, elas obedecem a uma regra
natural entre si. Isso seria um ato político?!
As formigas, por acaso, tem a capacidade de raciocínio para
compreenderem a política?! E nós, seres racionais, compreendendo o meio em que
vivemos, com todas as leis que temos, direitos e deveres, decidiremos viver
indiferentes as decisões que ‘tomam’ sobre nós?!
Existem diversos mecanismos de participação e controle social. Os conselhos municipais são ferramentas importantes para contribuir nos espaços de decisões da Prefeitura e da Câmara de Vereadores da cidade. Além dos conselhos municipais, as associações comunitárias, sindicatos, ongs e igrejas têm importante papel no município e precisam estar a par de temas relacionado a decisões políticas. Participar das sessões no Legislativo Municipal, acompanhar as publicações no diário oficial (DOEM), acessar o Portal da Transparência, Portal do Tribunal de Contas da Bahia, dentre outras formas de participação.
Participar é dever. É
não permitir-se ser ‘telespectador’ e estar sentado assistindo as decisões do
gestor ou de vereadores, com indignação apenas. Só haverá sociedade sem
corrupção se orientarmos uns aos outros sobre nossas próprias corrupções, e
juntos, somente juntos, estarmos atentos e vigilantes ao dinheiro público e as
decisões de quem, em nome do povo, detém o poder.
Renilson Silva - Blog Biritinga Informa
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