Aconteceu neste sábado (06), o 1º Seminário do Movimento da Quixabeira na cidade de Serrinha-BA, onde se encontraram diversos representantes dos municípios que fazem parte do movimento. O seminário foi apresentado pelo mobilizador cultural Jorge do Portal, contou também com a participação de Ana Torquato, José Alípio, Professor Luizinho (chefe de gabinete do Deputado Gika Lopes), e muitos outros que prestigiaram o evento.
O seminário discutiu temas relacionados a história do movimento, lembrando do saudoso Maestro Bernard von der Weid, que incenticou e apoiou o movimento durante seus passos iniciais. Foi relacionado também, a importância de estruturas físicas para o movimento, e o fortalecimento dessa cultura através do apoio de uma lei específica para a Quixabeira.
A abertura do encontro contou com a participação do grupo de samba de roda do município de Água Fria - Ba, e com uma imagem que certamente deixaria o maestro Bernard muito feliz: a cena de crianças na roda de samba aviva a importância da luta pelo fortalecimento da identidade cultural que deve ser perpassada de geração para geração.
Veja o vídeo da abertura do seminário: clique aqui |
O pandeiro na mão da criança é um incentivo eficaz na luta para não deixar essa cultura tão nobre morrer. Mais é preciso muito mais que isso, e além do incentivo familiar, a escola, o poder público municipal, estadual e federal, precisam reforçar ainda mais esse tema e a propagação desse saber popular nessas regiões.
O Movimento da Quixabeira dividiu os grupos em 05 Regionais, Região de Feira de Santana, Região de Valente, Região de Alagoinhas, Região de Serrinha e Região de Araci.
> Conheça a história do movimento:
O MOVIMENTO DA QUIXABEIRA é um movimento que começou a partir de uma pesquisa que fiz no final da década de 80 e a partir dela a gente conseguiu fazer o disco “Da Quixabeira pro berço do rio”. O sentido era dar ao trabalhador/compositor as mesmas condições que um músico profissional tem. O lançamento foi em Valente, com um carro de som. Enquanto ouviam as músicas, as lágrimas dos artistas desciam. Eles seguravam os discos e beijavam. O disco teve muito sucesso, apesar da tiragem ter sido muito pequena. A partir daquele momento, o agricultor percebeu a dimensão da beleza da cultura que fazia. Aproveitando este embalo a gente começou a fazer um movimento, que se chamou “da quixabeira” exatamente por causa do sucesso do disco. O Movimento da Quixabeira começou com seis grupos de quatro municípios. Aos poucos fomos aumentando e a partir de 1997, conseguimos realizar um sonho que eu pensava em alcançar desde o começo, que era fazer uma grande festa anual, que reunisse esse mundo rural. Para que ele tivesse pelo menos naquele momento a oportunidade de mostrar sua cultura. A primeira festa foi aqui em Valente, promovida pela APAEB e SICOOB-COOPERE e foi um marco. Foi o que alavancou pra gente seguir até hoje. Foi um trabalho árduo que começou no começo da década de 80 e hoje está conseguindo se impor. A primeira coisa foi mostrar ao agricultor que aquilo que ele fazia era muito bonito, que não podia ser jogado fora. À medida que o agricultor ia morrendo o filho estava pegando outras influências, que vêm pelo rádio e principalmente pela televisão. A TV quando entrou forte dentro da casa das pessoas, jogou essa cultura totalmente pra escanteio. Agora começo a perceber que a gente está rompendo com isso. A TVE já fez dois documentários sobre o Movimento. A partir da VII Festa da Quixabeira (2003), em Biritinga, vimos que o jovem começou a acreditar, começou a ver que é gostoso, entrou na dança e saiu sambando e brincando. Essa cultura está se fortalecendo.
Blog Biritinga Informa
Com informações do blog de Jorge do Portal
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