Foto: Prefeitura Municipal de Biritinga / Antonio Andrade |
Segundo
informações da ONG Humane Society Internacional no Brasil, os municípios que
firmaram termo de ajuste de conduta com o Ministério Público da Bahia, são pioneiros
em uma alimentação 100% à base de vegetais nas escolas públicas.
A Humane Society Internacional
no Brasil uniu-se a quatro cidades do nordeste da Bahia, Serrinha, Barroca,
Teofilândia e Biritinga, e o Ministério Público da Bahia, para ajustar todas as
refeições servidas nas escolas públicas para 100% à base de vegetais até o
final de 2019, reduzindo a carne, laticíneos e ovos em 25% por semestre. Isso
marca a primeira vez na história que qualquer escola pública tenha se
comprometido a ter refeições exclusivamente baseadas em vegetais. A mudança
afetará mais de 23 milhões de refeições por ano.
Foto: Prefeitura Municipal de Biritinga / Antonio Andrade |
O lançamento do programa,
chamado "Escola Sustentável", aconteceu segunda-feira, 19 de março, e
foi seguido de quatro dias de treinamentos culinários baseados em vegetais para
as merendeiras das escolas das cidades, liderados pelo Chef André Vieland, da
HSI. O Chef André ensinou as cozinheiras a prepararem uma série de receitas
econômicas e nutritivas, usando ingredientes locais acessíveis. A missão da
Escola Sustentável é melhorar a saúde dos alunos, reduzir a pegada ambiental
das cidades (especialmente o consumo de água) e capacitar os agricultores
locais que poderão abastecer os distritos escolares com alimentos à base de
vegetais.
Leticia Baird, Procuradora de
Justiça do Ministério Público do Meio Ambiente do Estado da Bahia, órgão que
elaborou o programa, disse: "Fornecer às nossas escolas públicas refeições
baseadas em vegetais ajudará a economizar recursos ambientais, recursos
financeiros, permitirá um futuro com adultos saudáveis e construirá um mundo
mais justo para os animais".
Sandra Lopes, gerente de
políticas alimentares da HSI no Brasil, afirmou: "Parabenizamos as cidades
de Serrinha, Barroca, Teofilândia e Biritinga por se tornarem as primeiras
escolas públicas do mundo a se comprometerem com uma alimentação 100% à base de
vegetais. É uma honra ter trabalhado com as autoridades da cidade, nutricionistas
e cozinheiras das escolas para a adoção e implementação desta iniciativa,
estamos entusiasmados em continuar trabalhando juntamente com todos os
envolvidos para garantir o sucesso deste programa".
Um número crescente de
instituições no Brasil, incluindo o Ministério da Saúde do Brasil e a Faculdade
de Saúde Pública da USP, reconhece que é necessária uma redução no consumo de
carne para ajudar o meio ambiente e nossa saúde. Em seu Guia Alimentar Para a
População Brasileira de 2014, o Ministério da Saúde do Brasil afirmou: "A
opção por vários tipos de alimentos de origem vegetal e pelo limitado consumo
de produtos de origem animal implica indiretamente a opção por um sistema
alimentar socialmente mais justo e menos estressante para o ambiente físico, para
os animais e para a biodiversidade em geral".
A HSI promove a alimentação
humanitária ou os 3 R: "reduzir" ou "repor" o consumo de
produtos de origem animal, e "refinar" nossas dietas, escolhendo
produtos de fontes que atendam aos padrões mais elevados de bem-estar animal.
Fatos:
As escolas públicas da cidade
de São Paulo, a maior cidade do Brasil, também participam da Segunda Sem Carne
desde 2009, servindo mais de um milhão de refeições à base de vegetais a cada
duas semanas.
De acordo com a Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a agricultura animal é um dos
maiores contribuintes para as questões ambientais mais graves, como o
aquecimento global, e é um grande consumidor dos escassos recursos hídricos.
Por exemplo, em termos de proteína, a pegada de água é seis vezes maior para a
carne e uma vez e meia maior para frango, ovos e leite, do que para as
leguminosas.
Escolher alimentos à base de
vegetais ajuda a nossa saúde. Muitas das doenças crônicas que afetam o mundo,
incluindo obesidade, doenças cardíacas, diabetes e pressão alta, podem ser
prevenidas, tratadas e, em alguns casos, mesmo revertidas com uma dieta
vegetal.
De acordo com o Ministério da
Saúde, o Brasil enfrenta uma nova epidemia de obesidade e sobrepeso, que afeta
mais da metade da população, incluindo crianças. Uma em cada três crianças
brasileiras entre as idades de 5 a 9 anos são obesas ou tem sobrepeso e
enfrentam riscos para a saúde como consequência.
A mudança para alimentos à
base de vegetais reduz o sofrimento dos animais. Dezenas de milhões de animais
na produção de alimentos no Brasil, como galinhas poedeiras e porcas
reprodutoras, são intensamente confinados e passam a vida toda em gaiolas tão
pequenas que mal conseguem se mexer.
Informações: http://www.hsi.org/portuguese/mundo/brasil/
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