O pastor da Igreja Batista Ebenezer em Atlanta nos
Estados Unidos, inconformado com a segregação racial e seguindo os passos de
seu pai, decide levantar a bandeira contra o preconceito racial. Martin Luther
King Jr e seu pai Martin Luther King sempre lutaram contra a segregação.
Algumas pessoas os aconselhavam a não ‘misturar religião com demandas civis ou
políticas’, mas ao invés de cruzarem os braços diante dos problemas sociais
enfrentados pela comunidade, os pastores remavam contra a maré e defendiam que
Deus criou todos iguais e assim deveria ser perante a lei.
Infelizmente, o entendimento de muitos é que ‘religião e
política não se misturam’ e usam isso como argumentos para justificarem suas
indiferenças diante dos debates políticos da comunidade. Não veem a necessidade
de saneamento básico para as comunidades, a necessidade urgente de geração de
emprego e renda, a necessidade de acesso a cultura e educação contra as drogas,
etc...
Qual
a relevância das igrejas para a comunidade biritinguense?
Aqui no município de Biritinga, nenhuma igreja acompanha
os debates da Câmara de Vereadores ou sequer sabem os problemas sociais em que
as diversas comunidades estão submetidas. A indiferença de todas essas igrejas
cristãs ‘findam’ – para muitas – quando chega época de eleição. Nesse período
(ano que vem), inúmeros líderes manipulam a opinião de seus rebanhos, e pedem
votos mesmo sem nenhum engajamento no assunto.
Uma igreja relevante para a comunidade não se limita a
quatro paredes. Não se detém apenas em programações dentro de seu “gueto
eclesiástico”, ela deve ir para além das portas. Esta deve interagir com a
comunidade em ações de justiça. Ação social aos desfavorecidos, cobrar das
autoridades questões básicas para o bairro como saneamento, saúde, moradia,
segurança e outros.
Por diversas razões históricas que culminaram numa
leitura específica e equivocada das Escrituras e numa missiologia reducionista,
a Igreja tem se restringido, muitas vezes, a ser “poderosa em palavras”.
Valorizamos o púlpito, o evangelismo, a proclamação, e defendemos a verdade absoluta
que expressamos verbalmente, mas nem tanto o serviço comunitário, a militância
social, a ministração às necessidades físicas. Descremos num engajamento social
e político e desconfiamos de qualquer forma de aliança ou parceria com outros
atores sociais com vistas à transformação. Na vida pessoal, separamos o serviço
“sagrado”, eclesiástico, espiritual, da atuação na vida profissional e
comunitária, chamando-a de “secular”.
Nesta visão, que limita a missão à proclamação apenas, o
nosso alvo final é a salvação de almas rumo a uma eternidade com Deus e a
evidência de êxito é uma igreja cheia de gente. Uma prática missiológica
estreita é um dos fatores que contribuem para uma igreja cada vez mais
irrelevante:
– não há serviço comunitário;
– a igreja se torna um grupo de pessoas voltado para si;
– as manifestações de compromisso público e
posicionamentos institucionais são apenas no sentido de defender os seus
próprios interesses e não envolvem a sociedade como um todo, muito menos a
denúncia das injustiças;
– os ministérios são desenhados para manter as estruturas
da igreja e fazer com que elas funcionem bem, com pouca repercussão
comunitária;
– a expressão vocacional dos membros é consumida
internamente nos ministérios eclesiásticos. Quase não há espaço para uma
militância social e um engajamento transformacional ao nível de sociedade.
Informações:
http://ultimato.com.br/sites/paralelo10/2009/09/igreja-relevante-parte-i/
Blog Biritinga Informa - Renilson Silva
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