O CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO (PARTE 2)

O que é desenvolvimento?

 O dicionário [dicio.com] define a palavra desenvolvimento da seguinte forma: Ação ou efeito de desenvolver; ato de se desenvolver; desenvolução. No sentido político, define-se:Crescimento que, sendo social, político e econômico, pode ser observado num país, numa região, numa comunidade etc. 

Desenvolvimento municipal precisa ser compreendido a partir das informações disponibilizadas pelos institutos de pesquisa. Há quem ache que o desenvolvimento municipal possa ser medido a partir de obras de construção de praças, pavimentações, etc. Precisamos entender que existem fatores muito mais aprofundados para um melhor entendimento do caminho por onde estamos e qual seu destino final. 

O Caminho do Desenvolvimento - Governo Gil e Celso (2008 - 2016)

Eleito em 2008 com mais de 65% dos votos, o Prefeito Gilmário Souza de Oliveira, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), iniciara seu governo com a promessa de ‘Desenvolvimento’. Ao lado de seu vice, Antonio Celso Avelino de Queiroz, juntos criaram o slogan do governo: no caminho do desenvolvimento. Vamos tentar fazer uma breve análise desse 'caminho’ percorrido nos últimos (quase) oito anos. 

A população de Biritinga é sempre persistente na busca de um governo que proporcione crescimento ao município. O desejo de mudança era uma constante no ano de 2008, após o Governo do Prefeito Joaquim Carneiro (PFL). Com isso, Gil de Gode que foi eleito em 2004 como 2º vereador mais votado, encabeçou a chapa com o  1º vereador mais votado naquele mesmo ano, Celso da Sucam, para o pleito em 2008.  Gil e Celso faziam parte do mesmo partido do então Prefeito Joaquim Carneiro, o PFL. A promessa de mudança e renovação convenceu a população no ano de 2008.

Hoje, quase oito anos depois, a esperança de um governo que ‘empurre’ o município de Biritinga para frente, permanece atual e necessária. O número de habitantes cresceu, o número de cadeiras no legislativo também cresceu. Porém, os índices que medem o desenvolvimento municipal continuam baixos e sinalizam para a necessidade de um novo jeito de administrar a cidade. Existem demandas gritantes, e problemáticas sociais crescentes. A marginalização dos jovens, a ineficiência dos serviços básicos de saúde, o problemas do fornecimento de água para as comunidades rurais, a criminalidade, a falta de segurança pública, e outros tantos.

O início do caminho:

No início do mandato e com todo entusiasmo, Gilmário travou uma luta com o Prefeito do município de Sátiro Dias, pelo limite territorial na região do Quererá. A briga pelo território envolvia o desejo de que os municípios continuassem a receber os royalties do petróleo extraído na região de forma equilibrada. O Prefeito também foi elogiado por outras ações de seu governo. A inclusão de uma seleção municipal na Liga Baiana de Futebol, para participar do Campeonato Intermunicipal; a revitalização e Construção da Praça da Fonte e do Estádio; além de pavimentações em bairros e comunidades rurais. 

Mas, as críticas ao governo foram iminentes. Em 2009, no primeiro ano de governo, Gilmário teve suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. As contas de 2014 e 2015 também foram rejeitadas pelo TCM, somando três contas reprovadas até o ano de 2015. E as turbulências não acabaram por aí. O Prefeito de Biritinga voltou a ser manchete nos portais de notícias e até na TV Justiça, por ‘Formação de Quadrilha’ e outros processos judiciais de desvios de verbas publicas. 

Biritinga ainda não está do jeito que esperávamos. O PIB do município é considerado baixo, e o IDH-M, índice que mede a qualidade de vida dos munícipes também apresentou resultado abaixo da médio, segundo os institutos FIRJAN e IBGE.

O que deu errado?

1.  A forma como se administra um município é diferente da forma como se faz política. O gestor só terá sucesso na administração pública se conseguir equilibrar os gastos da máquina, e criar formas de apoio aos principais produtores, como por exemplo, aos agricultores familiares que representam mais de 70% da população residente em Biritinga e que impactam diretamente no resultado do PIB municipal. A agricultura de nossa cidade não teve o respaldo que precisava, e isso não se deve somente a escassez de chuvas (fenômeno natural), mas, a forma como os recursos hídricos do município é mau administrado. A água extraída dos lençóis freáticos do município de Biritinga é comercializada pela EMBASA para outros municípios, em contraste com constantes reclames de falta de água para os agricultores familiares biritinguenses.

2.  A Prefeitura de Biritinga não suporta mais de 10 secretarias. Não há nenhuma necessidade de tantos cargos comissionados e tanta prestação de serviço. O povo precisa de emprego sim, mas é ilusão politiqueira tentar fazer da Prefeitura o maior empregador do município. Um governo que tenta ser populista está fadado ao fracasso. Isso é perceptível a qualquer um. 

3. Não se administra um município sem a participação popular. As decisões do Prefeito, e dos Vereadores precisam passar ter o aval da população. A Prefeitura de Biritinga não possui site. O orçamento municipal não é discutido com as camadas populares, os agricultores, o comércio, os jovens, etc. As decisões são tomadas em gabinetes, e sem o conhecimento do povo. 

A realidade atual do município de Biritinga é diferente da realidade de 8 anos atrás. A população aumentou, o números de vereadores também, mas, não podemos dizer que houve desenvolvimento. Há uma estagnação e em alguns casos, até retrocessos. Aumentou a procura por empregos, aumentou a criminalidade e a insegurança; sem apoio no campo, aumentou também o êxodo rural. A perspectiva do jovem biritinguense ainda persiste num futuro de incertezas.

Abraços, e obrigado pela leitura! 

Renilson Silva - Blog Biritinga Informa

Fontes: 

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/biritinga_ba

http://www.firjan.com.br/ifdm/consulta-ao-indice

https://pt.wikipedia.org/wiki/Biritinga