23 de abril de 2011

CARTA PEDAGÓGICA III


CARTA PEDAGÓGICA III
Escrito por: Maria Cristina Moura Santos

Os descasos e as negligencias tem aumentado e também são as principais causas e consequências das VIOLÊNCIAS, as quais chegam no ambiente escolar e se espalham pela sociedade como um todo. Infelizmente, a violência geralmente só é percebida no nível macro e raramente no micro. Esta realidade me incomoda, assim partilho com vocês esse sentimento, pois a “a educação começa em casa e a violência também”.

Ultimamente temos ouvido (e até presenciado) situações de negligência, aumento da violência (simbólica e/ou física), claramente desrespeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente, a situação é preocupante e muitos se calam por uma série de razões, entre elas: medo; represália; perdas; redes de interesses e trocas de favores. Corrupções num sentido amplo, enfim. Estas atitudes não contribuem para a efetividade do “Estado de Direito”.

Os sentimentos, emoções, gestos e movimentos externados pelas crianças nas rodas de conversa, nas brincadeiras, nos jogos, nos exercícios, bem como, a forma que cuidam de seus pertences, tratam os animais, pessoas e plantas são demonstrações das vivencias cotidianas. Os comportamentos, em grande medida, são frutos da percepção da postura POSITIVA e/ou NEGATIVA dos adultos, principalmente dos pais, familiares ou pessoas mais próximas. Assim, mesmo que os pais (e/ou familiares) escondam, elas tornam visíveis suas alegrias, dores, maus-tratos, sofrimentos e angustias.

Educar é uma responsabilidade da Família, da Escola e da Sociedade em geral. Pena que o assunto só é pautado exaustivamente no período das eleições, mas depois poucos se preocupam! Talvez haja necessidade da escola (e, principalmente, das equipes que a compõe) definir melhor qual o seu papel na sociedade tendo em vista a promoção da cultura da paz, já que a violência tem aumentado (principalmente na Escola). Infelizmente, as crianças muitas vezes são vitimas e reproduzem também, pois lhes falta amor, respeito, carinho, afeto, paz, ambiente acolhedor e, principalmente, limites.

Freud e Piaget, afirmam que “os primeiros anos de vida são importantíssimos para o desenvolvimento e a estruturação da personalidade e auto-estima”. Se as CRIANÇAS de hoje, aqui destaco as das camadas populares, não tiverem seus direitos respeitados e garantidos qual será o resultado quando forem ADULTOS na sociedade de amanhã?

Ao longo dos anos a criança era vista e tratada (e ainda é para alguns) como futuro e não presente. Esta visão errônea deixou seqüelas e conseqüências latentes ainda hoje, pois a sociedade contemporânea exige conhecimentos dos adultos que ontem foram crianças, e muitas destes estão sem perspectivas, sem projeto de vida, sem oportunidades e até marginalizados.

Não há respostas prontas e acabadas, receitas de bolo, dicas de auto-ajuda. Contudo há necessidade de um amplo debate sobre os diferentes papéis para a promoção da CULTURA DA PAZ, principalmente por parte das autoridades, líderes e dirigentes sociais. A escola, obviamente, também deverá participar deste processo para que em longo prazo a violência seja minimizada e, em curto prazo, criados caminhos para amenizar suas mazelas. Juntos, podemos.

(Carta enviada aos pais das crianças e/ou responsáveis, direção da escola, autoridades do municípios de Valente - Dezembro/2010)

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