Foto: Andrea Farias/MDA
A história da Apaeb remonta aos anos 1970, quando começaram as discussões para sua criação. A organização, formada por agricultores familiares, foi estabelecida, com ajuda do governo do estado, em 1980. A entidade nasceu com filiais em 5 municípios: Serrinha, Valente, Araci, Feira de Santana e Ichu, sendo que a sede ficava em Serrinha.
Inicialmente uma organização unida, logo a Apaeb começou a se mostrar difícil de administrar – as diferentes unidades tinham cadeias produtivas e objetivos diferenciados. Valente, por exemplo, é chamada de “capital do sisal”, no Brasil. Já as outras cidades eram mais fortes em outras culturas. As discussões e decisões conjuntas tornaram-se cada vez mais escassas e difíceis, conta a presidente da Aapeb – Valente, Iracema de Oliveira Nery, de 46 anos. As diferenças levaram as cinco unidades a se emanciparem em 1993.
Desde então, relatam seus membros, a Apaeb – Valente floresceu com mais força e tornou-se a maior das unidades. “A nossa unidade se profissionalizou, se estruturou mais, buscou suas cadeias produtivas e explorar a potencialidade da região”, afirma Nelilton Ezequias de Oliveira, 50, diretor financeiro da Apaeb – Valente.
O trabalho duro, porém, já vinha sendo feito desde os anos 80, antes da “independência”. Em 1984, por exemplo, a organização conseguiu construir sua unidade batedeira, onde as máquinas de mesmo nome fazem o beneficiamento da fibra do sisal, tirando suas impurezas. O diretor financeiro conta que a unidade foi fundada para acabar com a figura dos atravessadores, que encareciam o preço do sisal. Com a unidade, a Apaeb começou a comprar diretamente dos produtores, melhorando sua renda.
A batedeira, que possui o selo de gestão de qualidade ISO 9.001, garante a compra da produção dos associados a preços atrativos. A fibra tipo um, melhor, que sai no mercado por R$ 1 o quilo, é comprada pela associação a R$ 1,24. “A Apeb paga o melhor preço, e isso ajuda muito”, conta o produtor de sisal Landoaldo de Araújo Machado, de 41 anos, que cuida das oito tarefas de terra do pai. Casado e pai de três filhos, ele relata que todos ajudam na roça e estudam. Embora a seca tenha afetado a produção, o agricultor afirma que o filho mais velho, de 20 anos, não pretende sair para os grandes centros. Hoje, segundo ele, há condições de se manter na terra onde nasceu.
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