7 de maio de 2012

APAEB: Agricultor familiar do semiárido baiano produz tapetes de sisal para exportação


Foto: Andrea Farias/MDA

Agricultor familiar do semiárido baiano produz tapetes de sisal para exportação Tapetes e carpetes para exportação, feitos com a fibra de sisal do semiárido baiano, são a estrela entre os produtos fabricados por agricultores familiares ligados à Associação dos Pequenos Produtores do Estado da Bahia (Apaeb) do município de Valente, criada há  30 anos com o objetivo de manter as famílias no campo e incrementar sua renda. Mas a caprinocultura, em cuja esteira vem a produção de laticínios que são comercializados para lojas do grande varejo da capital baiana, também está entre as atividades de cerca de 700 famílias espalhadas pelas cinco unidades da entidade em municípios da região, e que recebem apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) via Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e os instrumentos de compras públicas Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
A história da Apaeb remonta aos anos 1970, quando começaram as discussões para sua criação. A organização, formada por agricultores familiares, foi estabelecida, com ajuda do governo do estado, em 1980. A entidade nasceu com filiais em 5 municípios: Serrinha, Valente, Araci, Feira de Santana e Ichu, sendo que a sede ficava em Serrinha.
Inicialmente uma organização unida, logo a Apaeb começou a se mostrar difícil de administrar – as diferentes unidades tinham cadeias produtivas e objetivos diferenciados. Valente, por exemplo, é chamada de “capital do sisal”, no Brasil. Já as outras cidades eram mais fortes em outras culturas. As discussões e decisões conjuntas tornaram-se cada vez mais escassas e difíceis, conta a presidente da Aapeb – Valente, Iracema de Oliveira Nery, de 46 anos. As diferenças levaram as cinco unidades a se emanciparem em 1993.
Desde então, relatam seus membros, a Apaeb – Valente floresceu com mais força e tornou-se a maior das unidades. “A nossa unidade se profissionalizou, se estruturou mais, buscou suas cadeias produtivas e explorar a potencialidade da região”, afirma Nelilton Ezequias de Oliveira, 50, diretor  financeiro da Apaeb – Valente.
O trabalho duro, porém, já vinha sendo feito desde os anos 80, antes da “independência”. Em 1984, por exemplo, a organização conseguiu construir sua unidade batedeira, onde as máquinas de mesmo nome fazem o beneficiamento da fibra do sisal, tirando suas impurezas. O diretor financeiro conta que a unidade foi fundada para acabar com a figura dos atravessadores, que encareciam o preço do sisal. Com a unidade, a Apaeb começou a comprar diretamente dos produtores, melhorando sua renda.
A batedeira, que possui o selo de gestão de qualidade ISO 9.001, garante a compra da produção dos associados a preços atrativos. A fibra tipo um, melhor, que sai no mercado por R$ 1 o quilo, é comprada pela associação a R$ 1,24. “A Apeb paga o melhor preço, e isso ajuda muito”, conta o produtor de sisal Landoaldo de Araújo Machado, de 41 anos, que cuida das oito tarefas de terra do pai. Casado e pai de três filhos, ele relata que todos ajudam na roça e estudam. Embora a seca tenha afetado a produção, o agricultor afirma que o filho mais velho, de 20 anos, não pretende sair para os grandes centros. Hoje, segundo ele, há condições de se manter na terra onde nasceu.

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