26 de março de 2015

Filadélfia: Projeto de novo cemitério gera polêmica por ser interligado a campo de futebol

Em meio a conflitos políticos entre o prefeito de Filadélfia, Antônio Barbosa Júnior (PDT), e o presidente da Câmara de Vereadores, Lúcio Batista (PPS), o projeto para construção do novo cemitério da cidade foi finalmente apresentado e aprovado. Atualmente, há apenas duas vagas no cemitério antigo, construído há 30 anos. Porém, um detalhe do projeto reavivou a questão e trouxe uma nova polêmica: o projeto assinado pelo engenheiro Tito Lívio Azevedo Alves traz, anexo ao cemitério, um campo de futebol.Na planta baixa, a entrada para o campo de futebol passa por dentro do cemitério.

De acordo com a secretária de administração do município, Cleia Pinto, a área apontada como um campo de futebol será aproveitada de acordo com as necessidades futuras da cidade. Segundo ela, os moradores da Rua 21 de Setembro, próximo ao local em que as obras serão realizadas, já haviam pedido um espaço para praticar o esporte. “Os comentários se deram devido ao fato de que anexo ao cemitério há uma área que será aproveitada de acordo com as necessidades futuras. Os moradores já haviam solicitado uma área para a prática de futebol, e, como tinha aquele espaço, foi feito o desenho de um campo de futebol”, diz.

O prefeito Barbosa Júnior confirmou a fala da secretária. Segundo ele, foram comprados dois terrenos: um para a construção do cemitério e outro para uma próxima ampliação, que deve acontecer daqui há dez anos. “A gente comprou duas terras para fazer o cemitério, só que não há necessidade de construir nos dois locais agora. Para não acontecer o que houve com o antigo, eu pedi para o engenheiro deixar um espaço sem muro atrás do cemitério”, justifica.

Ainda de acordo com o gestor, a prefeitura não vai comprar equipamentos para o campo, apenas irá permitir que as pessoas utilizem o espaço enquanto uma nova ampliação do cemitério não se fazer necessária. “Esse terreno vai ficar para uma posterior ampliação, e para não ficar sem utilidade, eu pedi para o engenheiro fazer um desenho de um campo de futebol”, explica.

Porém, o presidente da Câmara de Vereadores, Lúcio Batista, afirma que há uma irregularidade no projeto. Segundo ele, “o vereador Janoário percebeu uma irregularidade no Artigo 3º do projeto, já que, no orçamento, foi concedida a suplementação de 30% do valor estimado para as obras (R$ 150 mil), e o prefeito, através de um artifício, conseguiu 100% de suplementação”. A obra do cemitério não será feita através de licitação, e sim uma carta convite no valor de R$ 149.900.

Para Lúcio Batista, esse fato faz com que não seja necessário o pedido de suplementação do valor da obra.O presidente também questionou a demora em começar as obras: “O projeto foi votado desde 5 de março, e até a presente data o Executivo sequer colocou uma pedra para construção. E perguntar não ofende: por que tanta pressa para a aprovação? Por que no Artigo 3º arquitetavam 100% de suplementação? Por que um campo de futebol dentro do cemitério?”.

Em relação à acusação, o prefeito comenta que as obras ainda não começaram porque falta conseguir a licença ambiental. “O presidente da Câmara de Vereadores não entende de burocracia, só de aprovação. Em toda obra, pedimos a licitação, mas não é obrigatório que nós gastemos tudo. Esse crédito de suplementação não quer dizer que a obra vai custar o dobro, é um valor que pedimos para o caso de haver um imprevisto. Por exemplo: um saco de cimento hoje é um valor, e amanhã pode ser outro. E é obrigação do governo fazer o reajuste da planilha de acordo com o valor da inflação”, conclui.

Projeto de novo cemitério gera polêmica por ser interligado a campo de futebol

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