9 de novembro de 2017

Igreja relevante para a comunidade

O pastor da Igreja Batista Ebenezer em Atlanta nos Estados Unidos, inconformado com a segregação racial e seguindo os passos de seu pai, decide levantar a bandeira contra o preconceito racial. Martin Luther King Jr e seu pai Martin Luther King sempre lutaram contra a segregação. Algumas pessoas os aconselhavam a não ‘misturar religião com demandas civis ou políticas’, mas ao invés de cruzarem os braços diante dos problemas sociais enfrentados pela comunidade, os pastores remavam contra a maré e defendiam que Deus criou todos iguais e assim deveria ser perante a lei.

Infelizmente, o entendimento de muitos é que ‘religião e política não se misturam’ e usam isso como argumentos para justificarem suas indiferenças diante dos debates políticos da comunidade. Não veem a necessidade de saneamento básico para as comunidades, a necessidade urgente de geração de emprego e renda, a necessidade de acesso a cultura e educação contra as drogas, etc...

Qual a relevância das igrejas para a comunidade biritinguense?

Aqui no município de Biritinga, nenhuma igreja acompanha os debates da Câmara de Vereadores ou sequer sabem os problemas sociais em que as diversas comunidades estão submetidas. A indiferença de todas essas igrejas cristãs ‘findam’ – para muitas – quando chega época de eleição. Nesse período (ano que vem), inúmeros líderes manipulam a opinião de seus rebanhos, e pedem votos mesmo sem nenhum engajamento no assunto.

Uma igreja relevante para a comunidade não se limita a quatro paredes. Não se detém apenas em programações dentro de seu “gueto eclesiástico”, ela deve ir para além das portas. Esta deve interagir com a comunidade em ações de justiça. Ação social aos desfavorecidos, cobrar das autoridades questões básicas para o bairro como saneamento, saúde, moradia, segurança e outros.

Por diversas razões históricas que culminaram numa leitura específica e equivocada das Escrituras e numa missiologia reducionista, a Igreja tem se restringido, muitas vezes, a ser “poderosa em palavras”. Valorizamos o púlpito, o evangelismo, a proclamação, e defendemos a verdade absoluta que expressamos verbalmente, mas nem tanto o serviço comunitário, a militância social, a ministração às necessidades físicas. Descremos num engajamento social e político e desconfiamos de qualquer forma de aliança ou parceria com outros atores sociais com vistas à transformação. Na vida pessoal, separamos o serviço “sagrado”, eclesiástico, espiritual, da atuação na vida profissional e comunitária, chamando-a de “secular”.

Nesta visão, que limita a missão à proclamação apenas, o nosso alvo final é a salvação de almas rumo a uma eternidade com Deus e a evidência de êxito é uma igreja cheia de gente. Uma prática missiológica estreita é um dos fatores que contribuem para uma igreja cada vez mais irrelevante:
– não há serviço comunitário;
– a igreja se torna um grupo de pessoas voltado para si;
– as manifestações de compromisso público e posicionamentos institucionais são apenas no sentido de defender os seus próprios interesses e não envolvem a sociedade como um todo, muito menos a denúncia das injustiças;
– os ministérios são desenhados para manter as estruturas da igreja e fazer com que elas funcionem bem, com pouca repercussão comunitária;
– a expressão vocacional dos membros é consumida internamente nos ministérios eclesiásticos. Quase não há espaço para uma militância social e um engajamento transformacional ao nível de sociedade.

Informações:

http://ultimato.com.br/sites/paralelo10/2009/09/igreja-relevante-parte-i/

Blog Biritinga Informa - Renilson Silva

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